novembro 27, 2014

~ love who loves you back ~

«Bem, aqui estou eu. Sentado na minha cama a escrever sobre o amor. Ao meu lado está o meu bulldog inglês, Pumba — o grande amor da minha vida. Quando me pediram para escrever algo sobre o amor, aceitei imediatamente, mas agora que penso... que porra é que eu sei sobre o amor?!!
Acho que sempre o quis fazer porque desde que me lembro, sempre acreditei nele. Acredito no amor e em mais nada senão o amor. O grande amor, o avassalador, o amor completamente fora de controlo e o amor ao máximo, o tipo de amor que diz "eu faria tudo por ti".
Por que razão acredito nele? Não sei, não faço ideia. Tudo o que eu sei é o que eu faço.

Desde a altura em que eu era um rapazinho, sentado no meu quarto na casa dos meus pais em Loitsche no leste da Alemanha, onde eu cresci, fui consumido por pensamentos sobre grandes cidades, cantar, estar em palco e encontrar o meu grande amor. O meu irmão gémeo, Tom, nunca percebeu essa parte. Ele não quer saber disso.
Por vezes, os meus amigos gozam comigo e quase toda a gente que eu conheço acham que eu tenho uma ideia muito semelhante a um conto de fadas sobre o amor e dizem-me sempre que não é como nos filmes —  dizem que sou demasiado romântico e que tudo isto é apenas uma fantasia minha. Dizem, "na vida real, o amor funciona de outra forma!"

As pessoas acham que sou assim tão inocente porque nunca fui magoado e o que eu acho é que eles foram magoados demasiadas vezes. E é por isso que eles dizem aquelas coisas. Que alguém lhes partiu o coração ou talvez eles nunca amaram alguém o suficiente e é por isso que não conseguem perceber do que eu falo.

A piada disto tudo é que eu provavelmente sou quem mais se magoou, mais do que estas pessoas todas juntas. Magoado, completamente destruído, o maior tipo de mágoa que possam imaginar. Pior ainda do que eu pensei que alguma vez me poderia acontecer. Traído, enganado, tiraram partido de mim. Estou a dizer isto sem contar toda a história, claro, mas quero que as pessoas saibam que estas coisas também me acontecem — àqueles que parecem estar cobertos de ouro.
Embora ainda esteja a tentar curar-me, acho que ainda acredito — o que é bom. Continuo a acreditar na magia, no grande amor da minha vida. Será que me vai acontecer? Não sei. Pensei que já o tinha encontrado uma vez, mas talvez não... mas espero que sim, porque a esperança é o que nos faz continuar e acredito verdadeiramente que o amor é a razão pela qual estamos aqui! Não há outra razão. Apenas o amor!

As pessoas gostam de rotular tudo. Assim é menos perigoso; sentem-se mais seguras. Especialmente na indústria em que me encontro. Acho que enlouquece as pessoas não saber se tenho uma mulher ou um homem na minha cama. É por isso que me têm perguntado se sou homossexual desde os meus 13 anos, quando comecei a dar entrevistas. Sempre quis saber... por que razão isso interessa? Achava que estava ali apenas para cantar e actuar para as pessoas?
Nunca me senti obrigado a responder a ninguém sobre isso e acho divertido que façam um grande alarido em roda disso. No meu mundo, não é tudo branco e preto e acho que a pergunta certa devia ser: Por que me estão a perguntar isto? Por que razão interessa? Por que razão precisamos de rótulos? Não podemos apenas viver a vida?

Ninguém sabe o que vai acontecer no próximo minuto, no próximo segundo. Quem sabe quem me pode aparecer na vida? Talvez esteja prestes a conhecer alguém que mude a minha vida para sempre e, se isso acontecer, que importa qual é o sexo da pessoa? O que eu sei é que o amor é uma coisa bonita sobre a qual não temos qualquer controlo. Não temos qualquer poder sobre ele. Não sabemos de onde vem e nunca sabemos quando nos vai tocar a nós e isso é a beleza do amor.

Por isso, acho que vou esperar para ver... Espero que seja mágico, do tipo de cura o que foi partido e me dê asas.
O meu único conselho é: Amem quem quiserem amar e amem quem vos ame de volta. A vida é demasiado pequena.

Mas, de novo, que porra é que eu sei?»

B.K., 014

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